Muito boa a reportagem da Ana Leal que acabou de dar na TVI sobre pessoas que foram vítimas de atropelamento. Infelizmente não apanhei o início por isso nem o nome da Reportagem me recorda. Deixou-me assim a chorar à grande e com o meu marido a dizer-me: "Tu que és a verdadeira drama queen vê isto e aprende a queixar-te menos." Ele tem razão. Eu fui atropelada aos 8 anos, o carro passou-me por cima da perna direita. Lembro-me das pessoas a gritar e de eu olhar para a minha perna que no meio de muito sangue tinha uma coisa muito branca. Não me lembro de ter começado a chorar ou a gritar, mas de ter tocado com o dedo na coisa branca para ver o que era. Era o meu osso. Só quando o meu pai chegou desesperado à minha beira é que me lembro de chorar porque fiquei assustada, julguei que tinha feito algo de errado e ia ser castigada. Hoje resta-me uma grande cicatriz na perna, motivo principal para eu detestar usar saia.
Não sei se foi disto tudo mas fiquei sempre com a sensação de que ia morrer atropelada. A minha mãe benze-se logo e manda-me estar calada mas desde que me lembro que acho que esse é o meu destino. Por isso também me tocou tanto esta reportagem, as consequências físicas e psicológicas de acidentes graves são ainda mais difíceis de se lidar pois como em tantas outras coisas, o nosso país não tem meios adequados para esses tratamentos, que são muitas vezes prolongados. Custa-me saber que vivemos numa economia em que uma pessoa nas suas plenas capacidades se vê aflita para arranjar emprego e alguém que não as tem, está à partida condenado. Não ter emprego, algum que seja, é das piores coisas que podem fazer a um ser humano.
Se me saísse o euromilhões (que não sai porque não jogo) criava uma empresa onde pudesse contratar pessoas com esse género de problemas, juro que criava.
15 comentários:
Aii Panda, não vais nada morrer atropelada! As cicatrizes são marcas, sinais de guerra. Todas as pessoas as têm, e tu só tens de mostrar que te sentes bem. :)
E acho muito bem em relação à empresa...
Também já "atropelei" uma moto, em miúdo com 5 ou 6 anos! Além da panca que me caracteriza, nenhum outro efeito secundário (e até físico) persiste à data!
Não assisti à reportagem, mas não duvido que seja difícil não ficar indiferente a histórias como as que terão abordado!!
Também vi e me emocionei. Como a vida, a sociedade é tão injusta...
Um beijo enorme para ti, sim?
Ainda bem que não vi, que eu choro imenso com essas coisas. :/ Lamento por ti, Pandinha.
Não vi, mas fiquei muito sensibilizada com o que disseste! Um beijinho*
Também vi e chorei imenso!! Mas estas pessoas dão-nos grandes lições de vida!
Xi coração para ti
Ora aí está um bom motivo para começares a jogar! Faz como eu, jogo a margem do cagaço que são 2 €! :)
Beijos
Ainda não que não vi, fico extremamente emocionada a ver coisas dessas...
Essas histórias são sempre arrepiantes e cada vez tenho mais cuidado ao atravessar a rua e, especialmente, quando sou eu atrás do volante.
Um beijinho em ti *
chorei a ver a reportagem...
Querida Panda, não vi a reportagem, mas também eu já fui atropelada e também por volta dos meus 7/8 anos. Estive um dia em coma, não me lembro de nada. Perdi para sempre o meu dom para o desenho, que até há altura fazia de mim um pequeno génio, na escola...
A reportagem chama-se Km Zero. Não tenhas esses maus pensamentos, quanto à cicatriz no meio do mal todo, ainda bem que a tens, significa que também tens a perna e que felizmente estás viva. É uma pena a falta de apoios, é uma pena e uma vergonha :S beijinho
Panda dear, ao ler este texto, até fiquei arrepiada, mas felizmente estás bem e isso é o que importa. ;)
Desde que me lembro, que na maioria das empresas valorizam mais as pessoas pelo exterior e não pela capacidade intelectual. Infelizmente.
Beijinho Panda e óptima semana*
Panda..essa cicatriz é parte do que faz de ti o que és hoje...não devias envergonhar-te dela, aposto que até ficas muito bem de saia...cada um de nós tem esse tipo de cicatriz ou outra qualquer, nem que seja mais "espiritual" (ai que não queria ir por ai..)o que queria dizer é que com isso, entendes melhor essas pessoas, e isso acaba por ser muito positivo...retira o melhor dessa drama de que foste vitima. Osso exposto...brrr até me arrepio...As minhas tambem estão escondidas, mas nem sou eu que as escondo..
Um dia tudo vai mudar. Há que acreditar...
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