Ando a ler o livro "Comer, Orar, Amar" da Elizabeth Gilbert e nele a autora admite que é uma daquelas mulheres que se modela à imagem do namorado que tem.
Ora aí está uma coisa que eu nunca compreendi e que já pude observar de perto. Acho muito esquisito.
Eu tinha uma amiga (e sim tinha) que quando a conheci há uns 8 anos atrás namorava com um rapaz bastante desportivo, e ela também o era, com aquelas calças largas a cair-lhe pelo rabo abaixo, camisolas de capucho e mesmo no Verão andava sempre de camisolas de manga comprida ainda que finas. Uma altura lá me confidenciou que era porque ele não gostava de a ver com os ombros à mostra.
WTF?
Andou com ele 3 anos e finalmente acabou o namoro porque "ele a tratava mal". Pouco depois começou a namorar com um estudante de Informática e ó minha gente foi vê-la a perceber de computadores como antes percebia de voleibol. Comprou um
Mac porque a
Apple é que é fixe e só me falava dos programas que tinha arranjado para isto e para aquilo. Durou um ano.
Entretanto apresentei-lhe um colega de trabalho a quem eu chamava o "
piercingueiro" porque ele estava basicamente furado em tudo quanto é lado. Apaixonaram-se, começaram a namorar e o que é que ela faz ao fim de uma semana de namoro? Dois
piercings, pois então. E ela que detestava sair à noite e tal passava a vida nisso, enfim. Terminaram. Começou a namorar com um francês. Muito
chic. Agora o guarda roupa dela só tem vestidos. Ela passou de usar sempre sapatilhas para ter um armário em casa com mais de 60 pares de sapatos.
Isto deve dar trabalho.
Não se ter auto-estima nem personalidade própria ao ponto de se moldar à pessoa com quem se está deve dar muito trabalho. Para mim só por isso já não dava. E um dos motivos que me levou a deixar de lhe falar foi o facto de eu já não me conseguir adaptar às diferentes "pessoas" que ela era de cada vez que mudava de companhia.